Procuramos
uma vida tranquila, sem sobressaltos, sem problemas, sem conflitos e sem
preocupações financeiras. Tentamos livros de auto-ajuda, seminários, meditações
e limpezas da aura. E no entanto a vida continua a apresentar-nos momentos de
stress e de aparente caos. Como podemos viver uma vida mais em paz? Talvez as
sugestões abaixo possam ser de ajuda.
1.
Começa por te tornar consciente que a vida é
mudança. Todas as pessoas e coisas entram na tua vida para sair. Nada nem
ninguém fica. Querer que alguém nunca saia da tua vida é como querer que um
gato ladre: por mais que te esforces não vai acontecer. Então desfruta da
presença de cada pessoa como se fosse a primeira e última vez;
2.
Antes de ofereceres a tua opinião ao mundo conta
até vinte. Se entretanto alguém falar é porque o que tinhas para dizer não é
assim tão importante. Observa como a tua opinião é tua, não tem que ser dos
outros. E a tua opinião é irrelevante no jogo completo da vida. A tua opinião
não irá mudar o curso de um rio nem a bolsa de valores nem o quanto alguém te
ama. As tuas opiniões são para ti. Reconhece isto, e reconhece que as opiniões
dos outros são deles, não são tuas. Não tens que combater a opinião dos outros.
Respeita-as. O que tu pensas acerca dos políticos, do planeta, da guerra ou dos
espinafres à venda na tenda ao lado são apenas pensamentos. Se podes fazer
alguma coisa em relação a qualquer assunto, faz. Opinar apenas é coisa de
criança e sem qualquer resultado para além de causar mal-estar (sobretudo a ti
mesmo);
3.
Aprende a poupar. Quase de certeza que ainda
hoje irás gastar algum dinheiro em algo que realmente não precisas. Vê onde
gastas dinheiro que pode ser poupado. Pode ser tão simples como um café.
Sessenta cêntimos por dia dá dezoito euros por mês, que dá duzentos e dezasseis
euros num ano. Não há muito que possas fazer com sessenta cêntimos, mas com
duzentos e dezasseis a coisa muda. E se
ao café juntares outras pequenas coisas, a poupança aumenta. Posso dizer-te que comecei a fazer
isto há um ano, e em média consigo juntar mais de duzentos euros por mês.
Por mês!
4.
Assume total responsabilidade pela tua vida,
deixa a dos outros em paz. Uma criança não tem a independência suficiente, mas
tu, como adulto, tens. Enquanto acreditares que os outros são os responsáveis
pela tua infelicidade, os outros serão os detentores da tua vida. Não funciona
muito bem. Sim, alguém poderá ter-te tratado mal, mas tu tens o poder de te
afastar. Ficar a remoer no mal que te fizeram é viver no passado. Inútil para
além de conseguires a coroa de vítima do ano;
5. As pessoas são inocentes. Fizeram o que fizeram
porque não sabiam fazer diferente. Poderias tu começar a fazer diferente? Por
exemplo, poderias tu parar de te maltratar? A melhor coisa acerca do que te
aconteceu de mau é que está no passado. Aprende algo acerca do que aconteceu e
avança. Uma das maiores lições acerca das coisas más do passado, e que poucos
querem aprender, é que falamos de mais e fazemos de menos. Se alguém me der uma
bofetada posso aprender que essa pessoa acredita na violência e afastar-me. Mas
se ficar, e a pessoa me der uma segunda bofetada, já sou eu quem me dá a
bofetada, eu é que escolhi não me afastar;
6.
Ter medo do que possa acontecer no futuro é como
ter medo da morte. Inútil, porque irá acontecer. Não é bom nem é mau, é a vida.
Pensamos que a morte é o oposto da vida. Mentira. A morte é o oposto de nascer.
Nascemos para morrer. Simples. O oposto da vida é o medo. O medo paralisa.
Ninguém sabe o que poderá acontecer no futuro, porque ainda ninguém foi
lá. Mas se soubesses que não te é
possível falhar, o que farias de diferente ainda hoje? Aprende a dizer “que se
foda” a qualquer pensamento relacionado com o futuro, porque ainda não foste lá
para saber se é verdade;
7.
Antes de abrires a boca para dizer o que quer
que seja pergunta-te apenas estas duas questões: o que vou dizer acrescenta
bondade à vida do outro? O que vou dizer é informação útil ao outro? Se a
resposta for não, garanto-te que aquilo que tens para dizer é apenas útil a ti
mesmo. Ouve-te.
E da
próxima vez que estiveres com outros lembra-te: conta até vinte antes de abrir
a boca. A sabedoria encontra-se no silêncio, no ir dentro.
Não
tens que estar sempre feliz e bem-disposto (tornas-te um peso para todos,
incluindo a ti mesmo). Respeita e honra cada emoção. Uma tristeza, uma alegria,
uma mágoa. Permite que tenha a sua vida em ti. As emoções ditas negativas são,
quase todas, avisos para ir dentro, para olhares para ti, para estares contigo.
Não há nada de errado com a tristeza quando surge. Excepto se usas este estado
para vasculhar o passado em busca de tudo o que consideras que foi mau. Podes
aproveitar este tempo de tristeza para verificar as lições escondidas nas
coisas más do passado, ou podes aproveitar para te manter num lugar de “coitado
de mim”.
E
agora, se chegaste aqui, pega na primeira memória dolorosa que te surja e
aprende algo.
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