Só é possível viver um relacionamento saudável com outro ser humano quando o relacionamento que temos connosco é saudável.
Como
me relaciono com este corpo? O que acredito acerca dele? Deveria ser diferente?
Mais magro, mais gordo, mais alto, mais baixo, mais bonito, mais moreno? O que
há acerca deste corpo que ainda não aceito?
Depois
há a relação com as emoções. Emoções são a vida da alma. Surgem, visitam,
querem viver-se em nós. Por outro lado fomos ensinados que há emoções negativas ou
más, que é melhor suprimir. A supressão de uma emoção conduz inexoravelmente a
feridas na alma. Permitir que a emoção se viva na totalidade é a única saída
para um bom relacionamento intimo connosco. Uma fúria, um medo, uma angústia,
um terror, uma ansiedade.
Permitir
que a emoção se viva na totalidade pode ser assustador. Sobretudo se vivermos
acostumados a suprimi-las (porque são más, obviamente). Nenhuma emoção é
negativa ou má quando permitimos que se viva na sua totalidade. E isto não
significa despejar os nossos estados emocionais para cima dos outros.
Depois
disto, dedica algum tempo a descobrir a tua natureza. A nossa natureza é uma
qualidade. Pode ser a bondade, a generosidade, o carinho, a alegria, a calma.
Qual a qualidade que expressas naturalmente sem esforço? Vive a partir daí.
E
passamos para os relacionamentos com aqueles que nos rodeiam, desde a
companheira ao pai ou tio ou colega de trabalho.
Quando
a relação que mantemos connosco é amorosa iremos dar por nós a precisar de
comunicar verbalmente muito pouco com os outros. O nosso exemplo é suficiente. Através do
nosso comportamento mostramos o que gostamos, o que apreciamos. Os outros
poderão ver o nosso exemplo e segui-lo, ou podem não estar no ponto necessário
para ver e ouvir. E é ok que assim seja.
Ultimamente
tenho estado mais consciente do quanto não conseguimos ouvir os outros. Porque
não nos ouvimos a nós mesmos.
Se
para ti é importante o carinho, para a pessoa ao teu lado pode não ser. Podes
mostrar a essa pessoa que o carinho é importante. E se essa pessoa não está
disposta a demonstrar carinho, ouve-te: não é com essa pessoa que queres estar.
Se para ti é importante a calma, a tranquilidade, e a pessoa com quem vives
tem acessos de fúria, ouve-te: não é com essa pessoa que queres estar.
Temos
medo muitas vezes de abandonar um relacionamento porque o medo do desconhecido
nos foi incutido desde muito cedo. Este medo só é possível enquanto a relação
que manténs contigo não for saudável.
No
próximo workshop na Espiral (Lisboa) em Janeiro de 2017, iremos mergulhar
sobretudo nesta coisa chamada auto-estima, amor-próprio e relação amorosa connosco.
A todos os que escolherem participar desde já informo que será um privilégio
para mim poder acompanhar o processo individual de cada um.
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