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1. A melhor resposta a qualquer tipo de
provocação: ok.
Sempre
que alguém tem uma opinião diferente da nossa não significa que a nossa opinião
é a válida nem a verdade absoluta. Em realidade, cada um de nós tem uma
experiência única da vida e, por conseguinte, uma opinião diferente. Quando
alguém acredita que estamos errados, ou que somos estúpidos, ou que não
sabemos, está apenas a informar-nos de como nos experiencia na sua história. E,
de acordo com a visão do outro, é natural nós estarmos errados ou sermos estúpidos.
Afirmar um “ok” significa apenas que respeitamos a forma como o outro nos
percepciona. Não ficamos mais bonitos ou feios, não iremos receber mais ou
menos salário, não ficaremos cegos. Em realidade, por responder um “ok” a única
coisa que acontece efetivamente é a nossa paz.
2. Se o que vou dizer não acrescentar
bondade à vida do outro, nem for informação útil ao outro, há uma forte
probabilidade de eu não estar a ouvir-me.
Antes
de dizer o que quer que seja ao outro verifico a bondade ou utilidade daquilo
que vou informar. Isto semi-exclui o humor, cuja bondade está no efeito
causado: riso. Quanto daquilo que dizemos ao longo do dia é realmente útil ao
outro? Queixar-me não provoca qualquer solução a menos que me queixe à pessoa
certa. E se for à pessoa certa não é queixa é um pedido de ajuda. Falar mal dos
outros revela apenas o meu carácter. Se durante o dia me acontece algo
desagradável, falar sobre o assunto a outros é apenas espalhar o que é
desagradável. Antes de falar, ouço-me. Muitas vezes aquilo que tenho para dizer
ao outro é algo que eu preciso de ouvir.
3. O que os outros pensam, fazem e dizem
não me diz respeito. Só me diz respeito aquilo que eu penso, faço e digo.
Não
é mesmo da minha conta o que acontece na vida dos outros. Se alguém aparenta
estar mal, posso voluntariar-me para ser de ajuda, mas não posso fazer aquilo
que só o outro pode fazer. Ajudar sem que me tenha sido pedida essa ajuda irá
trazer consequências negativas a ambos. Exceptuam-se os casos em que não é
necessário sequer pedir ajuda. Ver alguém cair e ajudar a levantar-se, afastar
alguém de um animal perigoso, levar ao hospital alguém a precisar de cuidados
médicos imediatos. Isto são as situações em que não é necessário esperar um
pedido de ajuda. Quando alguém aparenta estar triste ou magoado, frustrado ou
zangado, é uma boa ideia respeitar o estado de espírito da pessoa. A pessoa
neste estado encontra-se a digerir qualquer situação, da melhor maneira que é
capaz. E se nós pudermos ser de ajuda, ela irá solicitar essa ajuda. Se o não
fizer, bem, a realidade é que não somos bruxos para adivinhar.
4. Perante uma crítica posso defender-me, e
dar início ao conflito, ou posso respeitar a crítica do outro como uma opinião
apenas.
Sempre
que alguém me critica ou aponta o dedo está em realidade a ver-se em mim. Está
ainda a mostrar-me aspectos meus que eu mesmo desconhecia. Se alguém me acusar
de eu não o/a respeitar e eu responder imediatamente, estarei a desrespeitar a
opinião dessa pessoa. Críticas são sempre construtivas na medida em que me
ajudam a compreender melhor o mundo do outro e o papel que eu desempenho nesse
mundo. Não tenho que mudar a opinião do outro acerca de mim para eu me sentir
bem. Em realidade é mais fácil sentir-me bem quando não tento mudar a opinião
do outro.
5. Permitir um espaço entre aquilo que
acontece e a reação aquilo que acontece.
Este
é, na minha experiência, o ponto mais importante. Vivemos num estado reativo. Continuamente
a reagir a tudo e todos. Esta atitude não permite que se crie um espaço para
observar, contemplar, assimilar o que acontece. Muitas vezes a tristeza é uma
emoção que nos visita a pedir-nos para ficarmos sós, para meditar, para
compreender uma situação do ponto de vista do todo ao invés do ponto de vista
do individuo. Um exemplo simples disto: alguém me dizia que não conseguia viver
sem o marido. Pedi-lhe para observar a realidade. Quem é que lhe dava banho
pela manha, quem a vestia e lhe dava de comer, quem a levava para o trabalho e
fazia o trabalho dela? Ou o jovem que afirmava não conseguir viver sem a mãe
que havia partido há dez anos. E no entanto, este jovem continuava vivo ao fim
de dez anos sem a mãe. Ao criarmos um espaço, afastamo-nos das necessidades
inventadas pela mente e podemos obter discernimento. As necessidades da mente
são três apenas: aprovação, validação e amor. Sem estas necessidades, há um
espaço onde é possível experienciar a paz.
Corretíssimo. Mas o difícil é passar à prática. :)
ResponderEliminarParece tão simples...
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