A menos que se torne consciente das suas feridas emocionais da infância, irá sempre fazer aos outros o que os seus pais lhe fizeram a si. Poderá não utilizar as mesmas “armas”. Talvez tenha sido abusado fisicamente, e como adulto opte pela agressão verbal. Ou pior ainda: a agressão passiva, em que se fecha num silêncio mortal à espera que os outros adivinhem o que lhe fizeram ou não.
Recorde a sua infância e a forma como foi educado pelos seus pais. E veja como está a educar os seus filhos. Se os seus pais não lhe deram o amor que precisava, que amor está a dar aos seus filhos? Quando foi a última vez que disse a um filho: “amo-te por seres quem és”?
Talvez trate os seus filhos com muito amor. E talvez cause danos aos seus colegas, cônjuge ou patrão. Como trata as pessoas à sua volta? Como foi tratado em criança?
Por vezes basta uma palavra do progenitor para que você passe o resto da vida a causar danos aos outros. Se na sua infância alguma vez o pai ou a mãe lhe apontaram o dedo e disseram que era burro, a quantas pessoas é que já apontou o dedo e decidiu que eram burras?
Se sentiu rejeição ou abandono enquanto criança, quantas pessoas já abandonou? Quantas pessoas rejeitou? Que peso e medida utilizou para julgar alguém e decidir que merecia ser rejeitado? O seu peso e a sua medida, sem dúvida. Mesmo sabendo que você é completo na sua imperfeição, santo e pecador, decidiu que outros estavam abaixo de si.
Quando conseguir ver que a sua vergonha, culpa, medo, ressentimento, raiva e sentimentos de imperfeição estão presentes em todos à sua volta, como é que pode magoar outros? Antes de causar danos a alguém, espere três dias. Antes de abusar verbalmente, antes de apontar o dedo, antes de se queixar, antes de dizer da sua razão, aguarde três dias.
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