Ser Adulto
(a assertividade, conhecer e respeitar limites pessoais, reconhecer traços narcisistas e lidar de maneira saudável com aquel@s que são gatilhos emocionais ou "vampiros energéticos")
Data: 28 de Fevereiro a 2 de Março, 2025
Local: Dornes
Horários: sexta 28 de fevereiro: início às 20h e final às 22.30h
sábado 1 de março: 9.30h - 12.30; 14.30h - 18.30h; 20.30 - 22.30h
domingo 2 de março: 9h - 12h; 13.30h - 15h
Valor: €1,250.00 (incluído material, alojamento e todas as refeições)
Ficha de inscrição: clicar aqui
NB: participantes de processos da sombra nos últimos 2 anos podem beneficiar de um desconto.
Mencionar "2AnosSemVergonhas" para obter o desconto.
Viagem deste retiro
Começamos na sexta-feira à noite a explorar o sentimento de não merecer, o sentir que não pertencíamos na família onde crescemos (se for esse o caso) e a reconhecer em tempo real quando outros invadem o nosso espaço pessoal, abusam da nossa pessoa ou violam as nossas necessidades emocionais. Isto será feito através de exercícios práticos, em silêncio.
No sábado de manhã teremos uma oportunidade de descobrir algumas das vergonhas que alimentamos inconscientemente desde os primeiros anos de vida e que são o combustível da auto-sabotagem, que nos impede de sermos autênticos, por vezes fortes e seguros de nós, e outras vulneráveis e a precisar de colo.
Sábado à tarde iremos aprender a diferença entre resolver uma situação de conflito e usar um conflito para ter razão, também através de exercícios práticos. Iremos ainda descobrir as principais causas dos conflitos tóxicos em qualquer relacionamento e como eliminar pacificamente cada uma delas.
No sábado à noite, para além de aprendermos a reconhecer os primeiros sinais emitidos por pessoas tóxicas, iremos descobrir ferramentas práticas para lidar com estas sem recorrer a discussões fúteis nem amuos.
Domingo de manhã começaremos a assumir a pessoa que somos, sem vergonhas nem medos, abraçando a nossa vulnerabilidade como uma mais-valia. E depois de assumir as qualidades que até aí considerávamos "más" aprenderemos a utilizar as mesmas de uma maneira útil e saudável.
Domingo à tarde será tempo para, através de exercícios práticos e emocionalmente intensos, juntar as ferramentas de todo o fim‑de‑semana e recorrer a cada uma mediante diferentes situações de stress. Por fim, antes de ir embora, teremos uma oportunidade de reconhecer e poder aplicar no dia-a-dia, toda a bondade e generosidade existentes na prática de rendição.
Síntese do retiro
A OMS(1) estima que 1 em cada 8 pessoas sofre de uma doença mental, sendo que a depressão, ansiedade, déficit de atenção, hiperatividade e transtorno de personalidade estejam no topo da lista. Em Portugal, segundo informação do Infarmed(2), entre 2000 e 2012 o consumo de antidepressivos aumentou 240%. Nos primeiros 8 meses de 2024 já tínhamos consumido 8 milhões de caixas de antidepressivos e 6 milhões e meio de caixas de ansiolíticos(3).
O nosso cérebro tem como única função manter-nos vivos, controlando para esse efeito praticamente tudo na nossa vida. Pensamos que temos o poder de escolher e tomar decisões que afectam a nossa vida, como podemos escolher um gel de banho de entre as 170 marcas disponíveis no supermercado. A realidade é um pouco diferente: as nossas ações, atitudes, comportamentos e reações são o resultado da aprendizagem feita antes dos 8 anos de idade. O Livre Arbítrio apregoado por muitas religiões é algo que o nosso cérebro não consegue fazer. Por detrás de cada escolha que fazemos na vida há uma história vivida na infância. Por este motivo é que podemos observar a repetição de padrões na família (desde o divórcio até ao consumo de álcool, perfeccionismo, necessidade de fazer sempre a coisa certa, mentir compulsivamente, sofrer por antecipação, medo do que outros possam pensar acerca de nós ou dificuldade em dizer "não"). O que acontece na infância NÃO fica na infância - iremos viver cada estado emocional experienciado nos primeiros anos de vida até ao final da nossa vida.
Sem romantismos nem demagogias de Walt Disney, uma criança não precisa de promessas de um futuro feliz. O futuro é uma ilusão impingida à criança com mais ou menos floreados que a não preparam para a idade adulta. A ilusão catastrófica de uma vida sem dor, onde a morte ou não é mencionada ou é exagerada, em que o cancro, o divórcio, a guerra, o desemprego e as pessoas malévolas vestidas de branco parecem não existir, é o que alimenta desde os primeiros anos o que mais tarde iremos reclamar como ansiedade, depressão ou ataques de pânico. Qualquer pessoa que venda a ideia da possibilidade de uma vida feliz mente a si e mente aos outros. Uma criança precisa sobretudo de sentir-se bem-vinda na família, amada, respeitada, e preparada para enfrentar a vida adulta, feita de bons e maus momentos, de pessoas boas e más, de situações que causam um desespero temporário. Pais têm a obrigação de fazer saber à criança que pertence na família, que nunca se tratou de merecer ou não merecer o amor, afecto e atenção dos pais, que é especial. Não é especial em relação a outras crianças (isso só irá alimentar transtornos de personalidade), é especial no seio da família.
Amar um filho não exige um curso superior. E no entanto, tão ocupados em sermos felizes, agarrados ao telemóvel como fonte de distração e ilusão, a trabalhar mais e mais na esperança absurda de que ganhando mais dinheiro seremos mais felizes, ausentamo-nos física e emocionalmente de todo o processo de crescimento de um filho. É importante sabermos compreender a diferença entre não educar melhor por ignorância e não educar melhor porque usamos um filho como uma extensão de quem somos, recorrendo ao abuso físico, violência psicológica, roubando a curiosidade, entusiasmo, espírito aventureiro e inocência da criança.
Uma criança cujos pais estavam demasiado ocupados em discussões matrimoniais, ou ausentes no trabalho, crescem sem um sentimento de ter voz, poder dizer das suas experiências. Quando adultos terão dificuldade em respeitar-se ou serem assertivos, fazendo-o apenas quando já não aguentam mais (embora aí já soe a uma birra ou atitude exagerada). Estes adultos terão dificuldade em expressar os seus gostos em áreas tão importantes como a sexualidade e o trabalho. Quando têm que chamar alguém à atenção, por norma, começam com um pedido de desculpa ("Desculpa, precisava que visses isto" ou "desculpa por estar a incomodar"), atitude que provoca na outra pessoa uma reação imediata de não ser a causa do problema ou situação.
Uma criança cujos pais se ausentam da sua vida emocional, em que aprende muito cedo a ser "bem educada", porque qualquer asneira ou falha é causa de drama em casa, cresce para ser um adulto ansioso, com a necessidade quase constante de agradar a todos o tempo todo, que irá receber um "não" como rejeição de si mesmo, a mentir através da desvalorização ou mesmo invenção de factos, quando tem que informar algo que possa magoar o outro (em vez de assumir que se esqueceu do jantar combinado 3 semanas antes, prefere dizer que anda a sofrer da ciática e não pode sair de casa), a não saber respeitar o seu tempo e espaço (é capaz de sofrer dores tremendas numa viagem de automóvel porque a bexiga está cheia do que pedir às pessoas que estão consigo para parar numa estação de serviço - acredita que ele mesmo é um incómodo ou fardo na vida dos outros quando se coloca em primeiro lugar), e a ter muitas dificuldades na área social porque a sua preocupação constante é dividida em duas partes: como posso agradar-te e por favor gosta de mim.
Uma criança cujo pai ou mãe deixa de existir na sua vida antes dos oito anos de idade, seja por morte, separação ou afastamento, irá tornar-se num adulto com medo de algo indefinido mas recorrente, terá dificuldade em criar relações amorosas saudáveis e terá ainda dificuldade em reconhecer quando outros invadem ou violam o seu espaço pessoal. Será o adulto calmo que, devido a calar-se muitas e repetidas vezes, irá tratar mal aqueles que ama, seja verbal ou fisicamente, em situações banais.
A criança aprende acerca do que é o amor antes dos 3 anos de idade, a ter voz entre os 3 e 5 anos de idade, a reconhecer uma quebra de confiança entre os 5 e 7 anos, a saber respeitar o seu corpo e a sua integridade mental e emocional entre os 4 e 6 anos no primeiro caso e entre os 6 e 8 anos no segundo.
Todos os pais irão falhar na educação emocional dos seus filhos, por vários motivos. Não adivinham as verdadeiras necessidades emocionais da criança, possuem as suas próprias vergonhas, tornam-se exageradamente protetores (criando um adulto que sofrerá de ansiedade social), ou tentam dar autonomia e poder de decisão antes da criança possuir uma estrutura para o fazer, etc.
Culpar os nossos pais pelas nossas imperfeições terá como resultado carregar ressentimento e vergonha dentro de nós. Desresponsabilizar porque não sabiam fazer diferente, por outro lado, irá deixar-nos confusos e magoados.
A atitude saudável só é possível após um exame consciente e calmo. Pais que recorrem à violência física como forma de educar, ou que ignoram as necessidades emocionais dos filhos sistematicamente, falham. E não falham no sentido biológico, mas no sentido da maturidade emocional não adquirida pela criança.
Neste retiro todos os participantes terão uma oportunidade de fazer as pazes com o passado, aprender a viver uma parentalidade saudável, a respeitar-se e falar sem receio de opiniões desagradáveis, a viver a partir de um estado de bondade e generosidade sem cair em comportamentos idiotas (não deixar que outros se aproveitem de nós, por exemplo), a reparar eventuais danos que tenhamos causado a outros no passado e a saber reparar os danos que poderemos causar no futuro a nós e aos que amamos (sim, porque a condição humana obriga-nos à imperfeição, e isto aplica-se a toda a humanidade sem excepções).
O que é a Sombra Humana?
Uma explicação simples e resumida da sombra humana é “a pessoa que não queremos ser”. A forma como somos educados, há pelo menos dois mil anos, recorre à vergonha, medo e culpa. Por não saberem melhor, os nossos pais educaram-nos tentando corrigir o ser humano que somos em vez do comportamento inapropriado que demonstrávamos. Um exemplo disto, quando a criança tira todos os chocolates aos irmãos, em vez de corrigir o comportamento, “tirar os chocolates dos teus irmão é errado”, o que os pais fazem é informar a criança que há algo de errado com ela, “és egoísta, ninguém gosta de ti”.
Há uma expressão saudável e doente para cada qualidade humana. Mentir é mau se o objectivo é obter benefícios ou manipular os outros para que se comportem como queremos. Mas mentir pode ser bom se o objectivo é preservar a vida, como por exemplo o fizeram os judeus em Portugal quando começaram a ser perseguidos e inventaram a alheira para “provar” que comiam carne de porco. Um namorado que mente à sua companheira acerca do fim-de-semana que passou a beber com amigos e até andou a beijar e apalpar algumas raparigas está a mentir de maneira doente. Mas a mulher que caminha só à noite numa rua pouco iluminada e ouve passos apressados atrás de si, pega no telemóvel e diz em voz alta “Olá Pedro, já me estás a ver? Estou mesmo a chegar!” mente de uma forma saudável e que pode ajudá-la a ganhar algum tempo para fugir de um possível assalto ou algo pior. O egoísmo doente manifesta-se, por exemplo, quando ajudamos um amigo com o objectivo de mais tarde nos aproveitarmos dos seus conhecimentos em Direito Familiar. Já o egoísmo saudável pode levar-nos a fazer voluntariado num orfanato porque nos faz sentir a bondade e generosidade que há em nós.
Mas os nossos pais não sabiam isto. E educaram-nos exigindo que eliminássemos qualidades vistas como negativas, mostrando-nos sem qualquer subtileza que havia algo de errado connosco. A vergonha de poder ser rotulado de egoísta, ou invejoso, ou arrogante, levou-nos a escondermos de nós as qualidades que como adultos nos poderiam ser necessárias para sermos assertivos, sabermos os nossos limites, podermos dizer “não” sem sentir culpa, empreender uma tarefa sem a auto-sabotagem e criarmos relacionamentos amorosos e saudáveis sem carências nem cobranças.
A educação da criança, até aos nossos dias, é baseada na vergonha, medo e culpa. E como adultos alimentamos essa vergonha, medo e culpa. Temos medo de ficar sós, culpa de magoar outros ao nos respeitarmos, vergonha de sermos vistos como carentes, etc.
Nenhum ser humano é egoísta, ou invejoso, mau, feio, vingativo, arrogante, ciumento, carente, mal-educado, burro ou estúpido. Mas todos os seres humanos, por vezes, têm atitudes estúpidas, feias, egoístas, etc. assim como a generosidade, sabedoria ou bondade.
O processo da sombra humana é um retiro onde, num ambiente seguro, cada participante resgata as qualidades rejeitadas e as integra de uma maneira saudável. É um processo intenso de educação emocional baseado na compaixão, vulnerabilidade e autenticidade.
Durante todo o processo é exigido a todos os participantes manterem o silêncio, não podendo conversar entre si, consultar o telemóvel, ver televisão ou qualquer outra forma de distração.
Embora cada participante faça o seu processo individual, sem qualquer partilha, toda a estrutura do retiro está construída para que cada um consiga reparar as feridas emocionais do passado, resgatar as qualidades que foram causa de medo, vergonha e culpa, e integrar estas de uma forma saudável.
O processo da sombra humana convida cada participante a desistir de ser uma pessoa boa para se tornar uma pessoa completa.
Video realizado durante um retiro de 15 dias, na Ilha da Madeira. Alguns dos processos (aqueles em que os participantes têm uma venda a cobrir os olhos) fazem partem do retiro de 3 dias do Processo da Sombra Humana - escuridão e luz
O processo está dividido em duas partes. O resgate da sombra de escuridão, seguido do resgate da sombra de luz - as nossas melhores qualidades. Também estas são mal vistas pelos que nos rodeiam, recorrendo sobretudo à vergonha para que não sejamos uma estrela que brilha, e em vez disso, sejamos “normais”. A pergunta “quem pensas que és?” ou “não tens vergonha?” é a forma mais directa e cruel de dizer a outro ser humano “há algo de errado acerca de ti”, mesmo que esse errado seja a determinação, assertividade, espírito aventureiro ou capacidade criativa. É humanamente impossível ser-se criativo sem a vulnerabilidade, por exemplo.
A questão a colocar-te é simples e capaz de alterar o ser humano que és de uma forma definitiva e saudável: será que ainda acreditas o suficiente em ti para te aventurares num processo intenso, por vezes doloroso, eficaz, e com resultados demonstrados?
Se a resposta for um “sim”, preenche a ficha de pedido de participação abaixo, e talvez esta seja a oportunidade que te trará de volta a quem tu realmente és.
Para poder participar neste processo é obrigatória a leitura do livro “A sombra humana”, o qual será enviado gratuitamente em formato pdf após inscrição aceite, ou pode comprar o livro em papel aqui;A sombra humana
Informações Adicionais:
Processo da Sombra Humana
Data: sem data prevista antes de outubro, 2025
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