Deixa que a tua luz brilhe

O nosso maior medo não é que sejamos insuficientes, ou que não sejamos merecedores. O nosso maior medo é descobrir que temos um poder ilimitado. Estas são palavras de Marianne Williamson, no seu livro “A Return To Love”. É a nossa luz o que nos assusta mais, e não a nossa escuridão. Não há nada de iluminado em encolher-nos ao ponto de que outros não se sintam desconfortáveis à nossa volta. Tu nasceste para manifestar a glória do Universo que está dentro de ti. Não está só dentro de alguns, está dentro de todos. E à medida que deixamos que a nossa luz brilhe permitimos, inconscientemente, que os outros, à nossa volta, brilhem também. Ao mesmo tempo que nos libertamos dos nossos medos, damos autorização aos outros para que façam o mesmo.

Nós vivemos numa época excitante. Está a ocorrer uma oportunidade única de cura. Cura individual, cura da humanidade e cura do planeta. Mas para esta cura ocorrer é imperativo rendermo-nos. Rendermo-nos aos nossos egos e aos velhos padrões comportamentais.

A única coisa que nos impede de sermos completos e autênticos é o medo. O nosso medo diz-nos que não podemos manifestar os nossos sonhos. O nosso medo diz-nos para não corrermos riscos. Impede-nos de desfrutar os nossos maiores tesouros. Na verdade o nosso medo obriga-nos a viver vidas medianas, medíocres, em vez de vivermos todo o espectro de possibilidades disponíveis.

Com medo, criamos situações nas nossas vidas para provarmos a nós mesmos que as nossas limitações, auto-impostas, são apropriadas. Para ultrapassar o nosso medo temos que o enfrentar e substitui-lo com amor.

Nós temos medo da nossa magnificência porque ela desafia todas as nossas crenças. Contradiz tudo aquilo que nos foi ensinado.

Um dos passos mais importantes que deve começar já hoje é reconhecer todo o bem que já faz. Todos os dias, todas as coisas boas que faz.

Compre um boneco chorão e sempre que der por si a criticar-se, a deitar-se abaixo, pegue no chorão e bata-lhe com toda a força! Atire-o contra a parede! E saiba que é isso que está a fazer à criança dentro de si de cada vez que se criticar.

Não só é correcto dizermos coisas boas sobre nós, é imperativo. Temos uma obrigação de reconhecer os nossos dons e os nossos talentos. Aprender a reconhecer os nossos talentos permite-nos apreciar e amar os dons e os talentos dos outros.

Pare agora e acalme a sua mente. Respire fundo meia dúzia de vezes. Depois leia a lista que lhe apresento abaixo. Depois de ler cada palavra diga a si mesmo: “Eu sou...” para cada uma. Por exemplo: “Eu sou brilhante”, “Eu sou saudável”, “Eu sou talentoso.” Inclua ainda palavras que representem pessoas que admira mas que não consegue imitar.

Satisfeito, seguro, amado, inspirador, sensual, radiante, delicioso, apaixonado, alegre, feliz, sexy, capaz de perdoar, cheio de vida, realizado, energético, confiante, flexível, capaz de aceitar, completo, saudável, talentoso, capaz, sábio, honrado, sagrado, poderoso, capaz de abraçar tudo, divino, poderoso, livre, engraçado, afluente, iluminado, equilibrado, brilhante, um sucesso, merecedor, aberto, compassivo, forte, criativo, pacífico, justo, famoso, disciplinado, responsável, bonito, desejável, entusiasta, corajoso, precioso, afortunado, maduro, artístico, vulnerável, consciente, capaz de ter fé em mim, magnificente, atractivo, centrado, romântico, um coração amoroso, sortudo, agradecido, gentil, sossegado, querido, extravagante, decidido, terno, irresistível, generoso, belo, calmo, despreocupado, paciente, leal, espiritual, ligado aos outros, espontâneo, organizado, bem humorado, contente, adorado, brincalhão, limpo, pontual, divertido, compreensível, dedicado, activo, glamoroso, destemido, vivaço, caloroso, focado, inovador, super-estrela, magnifico, um líder, sólido, campeão, rico, simples, genuíno, sensível.

Você possui todas estas qualidades. Tudo o que tem a fazer para trazer estas qualidades para a luz é abraçar cada uma, senti-la como sua pertença. Se conseguir ver onde, na sua vida, já expressou determinada qualidade, ou em que situações poderia expressar essa qualidade, pode abraçá-la agora. Tem que estar disponível para afirmar “Eu sou isso!”.

O passo seguinte é ver o presente nessa qualidade. Ao contrário da sombra escura, é fácil e óbvio ver de que maneira esta qualidade lhe pode ser útil.

Mas muitos de nós precisamos de enfrentar o nosso medo e a nossa resistência. Muitos de nós desenvolvemos mecanismos de defesa bastante sofisticados para reforçar as nossas crenças que nos dizem que não somos tão talentosos ou tão criativos como qualquer outra pessoa que escolhemos como comparação.

Se não for capaz de abraçar determinada qualidade é muito pouco provável que consiga manifestar algo nessa área. Se tem um problema de peso e não for capaz de abraçar o eu magrinho dentro de si, é muito pouco provável que consiga obter o peso ideal.

Não importa como se sente, quando estiver a afirmar as qualidades, não fuja. Ao dedicar-se ao processo de resgatar as partes de si que escondeu estes anos todos, está a dizer ao Universo que está preparado para ser completo.

Nós somos ensinados que é errado reconhecer a nossa grandeza. A maioria de nós acredita que possui algumas das qualidades positivas, mas nunca todas. Mas nós somos tudo. Todas as coisas que nos fazem sorrir, e todas as coisas que nos fazem chorar. Nós somos tudo o que é belo e tudo o que é feio num só ser.

Quando conseguir abraçar toda a lista de qualidades, deparará consigo diante dos olhos de Deus. Quando aceitamos em nós todas as nossas projecções positivas iremos experienciar a paz interior – aquela paz que nos diz que somos perfeitos tal como somos. A paz chega a nós quando paramos de fazer de conta que somos quem não somos. Muitos de nós nem nos apercebemos que estamos a fazer de conta que somos menos do que somos de verdade. Convencemo-nos que quem somos é suficiente.

Permita que o mundo dentro de si se manifeste, e irá ver o caminho para a liberdade plena – a liberdade de ser sexy, de ser desejável, de ser talentoso, de ser saudável, de ser um sucesso!

Quando é incapaz de reconhecer todo o seu potencial não permite que o Universo lhe entregue todos os seus presentes. A sua alma anseia a manifestação plena do seu potencial. E só você pode permitir que isto aconteça. Pode escolher abrir o seu coração e abraçar a totalidade de quem é, ou pode escolher viver a sua vida na ilusão de ser quem pensa que é hoje. O perdão é o passo mais importante neste percurso de amor próprio.

Temos que nos permitir ver-nos com a inocência de uma criança, e aceitar as nossas falhas com amor e compaixão. Temos que por de parte os nossos juízos e castigos e aceitar os erros que cometemos. Temos que sentir que somos merecedores de perdão.

Este presente divino, de nos perdoarmos, ensina-nos que uma parte de ser humano é cometer erros. E o perdão vem do coração e nunca do ego. O perdão é uma escolha. Em qualquer altura podemos deixar partir os nossos ressentimentos e as nossas criticas e optar por perdoarmo-nos e perdoar os outros.

O amor que não inclui a totalidade de quem você é, é um amor incompleto. Muitos de nós somos treinados para procurar o amor que precisamos fora de nós. Mas quando deixamos partir a nossa necessidade de amor no mundo exterior, a única forma de encontrar algum conforto é indo dentro de nós, procurar aquilo que ansiamos tanto que venha de fora. Temos que permitir que o Universo dentro de nós, o nosso pai e a nossa mãe divinos, nos amem e nutram.

Procure dentro de si a raiva que ainda esconde. A raiva só é uma emoção negativa quando é suprimida ou trabalhada de uma maneira pouco saudável. Quando sente compaixão por si mesmo permite-se que todos os aspectos de si, o seu amor e a sua raiva, coexistam dentro de si. Sempre que eu me julgar ou julgar outros, eu sei que estou a agarrar-me a interpretações negativas de um evento qualquer.

Pode custar-lhe a aceitar isto, mas a sua raiva é a chave que abre o seu coração. Quando accionada liberta toda a energia vital que irá fluir por todo o seu ser.

Tem que saber ainda que a cura que procura para os seus relacionamentos não virá nunca dos outros. Tem que vir de si primeiro. Tem que vir da comunhão com todas as qualidades e todos os defeitos que vivem dentro de si.

Está na altura de libertar a paixão por quem é e encontrar o amor por quem é na totalidade. É este o seu objectivo último nesta realidade física e limitada.

Como dar amor a si mesmo... Já reparou como um bebé sorri? Os bebés são excelentes demonstrações do que é viver cada emoção. Podem chorar com um desespero ensurdecedor e um minuto depois rir como se fossem reis do mundo! Quando olhamos para os olhos de um bebé que sorri sentimos o nosso coração pleno, e sorrimos de volta. Porque na verdade esse bebé sorri para nós sem juízos de valor, sem criticas nem comparações. Isto é o amor incondicional. Também temos a experiência do amor incondicional com animais. Mas raramente temos essa experiência com outros adultos.

Os bebés projectam-nos a nossa inocência e o nosso amor incondicional. E o que é que nós projectamos de volta? Pensamos na sua beleza, inocência, perfeição, doçura? Ou pensamos que são egoístas, mimados, descontrolados, monstrinhos?... Quaisquer que sejam os nossos pensamentos, iremos projectá-los nos bebés. Lembre-se que são sempre aspectos de quem você é que projecta sobre os outros.

Imagine-se agora a si como um bebé inocente que se sente merecedor de todo o amor que a vida tem para dar. Sinta esse bebé dentro de si. Permita que esse bebé receba todo o amor. Imagine-se todos os dias a dar amor a esse bebé. Feche os olhos e permita que uma imagem de si, quando era bebé, venha até à sua mente. Pergunte-se: “O que posso fazer por este bebé hoje? Como é que posso fazer com que se sinta amado e acarinhado?” Ouça a sua voz interior.

Nós andamos tão ocupados a andar ocupados que nos esquecemos frequentemente de como dar-nos carinho. O início do dia é um momento sagrado para nos ligarmos ao nosso divino, ao nosso bebé interior. À medida que despertamos vamos tomando consciência dos pensamentos e dos sentimentos que irão ditar como será o nosso dia. Em vez de correr e fazer tudo de maneira automática, pare. Dê-se a si mesmo uma massagem antes do duche. Sorria ao bebé dentro de si. Diga-lhe que está tudo bem. Agradeça ao seu corpo por estar presente, por guardar a sua alma, por ser o alicerce de quem você é nesta realidade.

O importante é honrar-se. Dar a si mesmo a mensagem que é importante. Honre e respeite o génio brilhante que há em si. Quando o fizer será capaz de o fazer também aos outros. irá assim atrair pessoas idênticas a si. Situações idênticas a quem se sente por dentro.

Faça a si mesmo aquilo que gostaria que outros lhe fizessem. Se gosta de flores, compre para si um ramo de flores. Se gosta de música, comece o dia com música. Cante! Trate-se como se fosse realeza!

O mundo dá-lhe de volta aquilo que está já dentro de si. Se se amar, nutrir e apreciar interiormente, o mundo exterior irá mostrar-lhe exactamente o mesmo.

Se quer mais amor, ame-se mais. Se quer mais aceitação, aceite-se mais. Se se amar e respeitar a partir do mais profundo do seu ser, irá atrair a si o mesmo nível de amor e respeito.

Exercício

O objectivo deste exercício é identificar e libertar a energia emocional tóxica. O foco da sua atenção é o perdão. O seu objectivo é libertar qualquer emoção que esteja bloqueada – raiva, ressentimento, arrependimento, ou culpa. Os sentimentos que o impedem de se perdoar e perdoar outros.

Escrever um diário é uma maneira muito saudável de processar as suas emoções. Encoraja o que vai na sua mente a fluir para o papel. Permite que a toxicidade emocional do corpo e da mente se expressem livremente. Uma vez que permitamos que esta toxicidade exista sem qualquer juízo de valor ela é libertada.

Escolha um momento do dia em que não seja interrompido. Desligue os telemóveis. Pode optar por ter uma música de fundo suave, umas velas acesas, um incenso a arder. Crie o ambiente ideal para si.

Com os olhos fechados, imagine-se dentro de um elevador e carregue no botão que o levará até ao quinto andar. Quando a porta se abre dá por si num maravilhoso jardim. Enquanto olha para as flores, as árvores frondosas, e tudo o que um jardim maravilhoso possa conter, dá-se conta de uma cadeira num lugar perfeito para você descansar e relaxar. Vá até essa cadeira, sente-se, respire fundo. Depois pergunte-se a si mesmo as questões a seguir e permita que as respostas fluam até si. Depois de cada resposta, abra os olhos, escreva no seu diário e regresse ao mesmo lugar.

1. Que história criei eu sobre quem sou de verdade e que explica as circunstâncias da minha vida actual?

2. Que ressentimentos, velhas feridas, raivas, ou arrependimentos transporto ainda no meu coração?

3. Quem é a pessoa na minha vida que eu ainda não quis perdoar?

4. O que tem que acontecer para que eu me perdoe e perdoe os outros?

Faça depois uma lista das pessoas que tem que perdoar e escreva-lhes uma pequena carta. Se a sua lista for muito grande, escreva cartas a todas as pessoas nessa lista. Aquilo que não terminar agora, nunca poderá dar por completo mais tarde!

O que precisa de dizer a si mesmo para estar em sintonia com a sua vida neste momento? Diga-o mil vezes ao dia! (E escreva-o no seu diário!)

Escreva uma carta de perdão a si mesmo. Faça uma lista das três pessoas que mais admira. Escreva depois três qualidades que admira nelas. Faça depois uma lista geral com as nove qualidades. Verifique novamente a lista de qualidades que encontrou no início desta newsletter e anote aquelas que não consegue identificar em si. Adicione estas qualidades ás nove iniciais.

Pegue agora nesta lista e sente-se em frente a um espelho. Olhe-se nos olhos e afirme “Eu sou...” Repita a afirmação até deixar de sentir qualquer resistência interior. Escolha abraçar uma ou duas qualidades por dia. Se ficar preso a uma qualidade, e incapaz de a aceitar, passe à qualidade seguinte e regresse a essa mais tarde.

Desejo-lhe bons encontros com a sua Sombra de Luz.

Emídio Carvalho

Comentários

Enviar um comentário