Como adultos um dos motivos principais porque sofremos prende-se directamente com a importância que damos a um qualquer evento. Não é o evento em si que nos provoca dor, é a importância que lhe atribuímos.
Em primeiro lugar tenho que definir o que é para mim importante. Realmente importante. Aquilo que é tão importante que sou capaz de dar a minha vida em troca. E não encontro nada. Tudo é passageiro na vida, incluindo a minha vida. Tudo na minha vida terá sempre um principio e um fim. O fim é igual para todos: a morte física.
Se olhar para trás, para o passado, irá descobrir que todos os eventos importantes que provocaram sofrimento se encontram agora resolvidos. Sem excepções. Podem não ter ficado resolvidos como tu desejarias. Mas tu não és o centro do universo para decidir pelas vidas dos demais. E também não és mais inteligente que a própria Vida para saber qual teria sido o melhor resultado final. Mas posso garantir-te que o resultado final foi o mais apropriado. Porque sei isto? Porque foi o resultado que obtiveste. Não há argumentação alguma.
Em vez de olhar para uma situação do passado dolorosa e desejar que tivesse ocorrido de maneira diferente, que tal optar por querer aprender a lição encerrada nesse evento? O que poderias ter aprendido? Talvez a respeitar-te mais? A dizer a tua verdade? A amar incondicionalmente? A permitir que outros fossem quem foram? Se nos eventos dolorosos do passado houvesse um presente, uma lição para ti, qual seria? Quem és hoje graças a cada um desses eventos?
Talvez alguém mais forte, mais corajoso, mais atento ás suas necessidades, ou mais útil a outros que sofrem?
Tudo na vida tem apenas a importância que eu lhe atribuir. Eu prefiro atribuir importância a momentos onde vibro com a vida, onde sinto a presença do amor. O amor reflecte-se num raio de sol, numa gota de chuva, numa aragem, num pássaro que passo por cima da minha cabeça, no sorriso de uma criança, nas rugas de um idoso, num autocarro que me leva a qualquer lugar, no café que posso tomar com um amigo, no computador onde posso expressar os meus pensamentos.
Quando uma relação íntima termina. Posso olhar para trás e sentir-me grato por ter partilhado a minha vida durante algum tempo com alguém (já pensou quantas pessoas nunca tiveram a experiência de partilhar um momento especial?), ou posso guardar um ressentimento perigoso por a outra pessoa não ter sido quem eu queria que fosse.
Acredito que Deus, ou a Vida, nunca nos dá nada a menos que seja uma lição para a nossa evolução, algo para nos fazer crescer. Só a uma alma muito forte é concedida a aprendizagem presente na Noite Escura da Alma. Podemos aprender e seguir em frente. Ou podemos atribuir a cada evento tanta importância que nos perdemos nos nossos próprios pensamentos e esquecemo-nos de viver.
Todos os dias milhões de seres humanos nascem. Todos os dias milhões de seres humanos morrem. Enquanto estamos aqui podemos sentir-nos gratos por cada experiência humana, ou podemos queixar-nos que a Vida é injusta. (Injusta para quem? Se tem comida para comer, água para beber, roupa para se agasalhar e um lugar onde dormir pode ter a certeza que possui já muitas mais bênçãos do que uma grande, grande parte da humanidade).
Quer que o dia de amanhã seja melhor? Então repita este mantra: “Tudo só tem a importância que eu lhe atribuir – e nada é assim tão importante quanto eu acredito.” Depois sorria, um dia também vai morrer. Morra feliz por ter tido a experiência humana. Vale a pena!
"Aquilo que é tão importante que sou capaz de dar a minha vida em troca"... eu daria a minha Vida pelos meus Filhos... por eles lutei e luto. Sorrio e choro. Por eles... vou ao fim do Mundo.
ResponderEliminarUm grande beijo e Feliz Páscoa.
Este texto é simplesmente maravilhoso.
ResponderEliminarRealmente, não devemos desperdiçar a nossa vida com lamentos, mas tentar olhar em frente... e para o lado. É difícil ás vezes... pois é. Mas enquanto tivermos vontade e força para tentar, é sinal de que vale a pena!
Dizia Victor Hugo: "A vida já é curta, mas nós tornamo-la ainda mais curta, desperdiçando tempo."